Pethit canta Patti Smith May 6, 2017 (7 years ago) Teatro Paulo Autran SESC Pinheiros São Paulo, São Paulo, Brazil
Show dedicado à obra poética, musical e literária da artista americana Patti Smith. Participação especial da atriz Leandra Leal (e que participação socorro!!)
Banda: Larissa Conforto (Ventre) - Bateria Mônica Agena (Moxine) - Guitarras Stéphanie Fernandes - Baixos Rita Oliva (Papisa) - Teclados Direção Musical: Pedro Penna
"Eram minas. Mas não tinha esse discurso assim pontual. Não tava prontificado como tudo que a gente conhece hoje em dia. Eram minas porque...sabem? Os minos do rock não teriam o mesmo tesão. Eles dizem que a conhecem. Quando as vezes não sentem nenhuma vergonha até em dizer que não conhecem. Saca aquele solo de guitarra do fulano no disco do ciclano de Londres de 1876 quando nem existia gravação, e nem disco, mas que era foda? Eles conhecem muito. Mas a Patti... Eu gostaria que vocês a conhecessem mais. Essas minas conheciam. Acho até que se não conhecessem, elas conheciam. Porque elas tinham o tesão da identidade de gênero empunhado nos seus braços como uma guitarra elétrica em ponto de bala de canhão. Electric girls plugadas no século 21. [...] As pessoas precisam de um anjo, sujo como as ruas que são sujas nas grandes cidades. Um anjo na fuligem de um minhocão. Ele vai morrer dançando sob lençóis brancos e sujos. Brancos e sujos como as penas da asa do anjo, sujas da fuligem preta. Esse anjo já foi preto. Ele, empunhava uma guitarra que parecia sua metralhadora. Botou fogo nela, dizem. Parece que tem até vídeo no youtube. [...] Nunca antes eu havia feito um show tão difícil. Nunca foi tão necessário colocar sentido, palavras, intuições, explanações e explicações e sentimentalidades em cada detalhe. Elas absorveram tudo. Dizem, é do feminino. Ou melhor: isso não gênero, é do Yin. Absorver. Receber. Intuir. Receptáculos mágicos como tentáculos que empunham uma guitarra elétrica. Electric girls plugadas no meu coração-garganta que disse: vocês conhecem as deixas de cada música. Me olhem, se olhem, joguem juntas, sorriam. O sorriso é fundamental para uma banda. Até mesmo se a música for triste. O sorriso sempre diz: eu tô pra você e você tá pra mim. Vem, vem, vem comigo: break it up. E elas quebraram. A pauladas e ponta-pés. Que fodas que vocês elas são. Que coragem a delas. Que generosidade, afetiva, criativa. Eu sou grato a vocês quatro, Larissa, Rita, Sté e Monica, como sou grato a Ela. Vocês entenderam tudo! Puta que o pariu! – eu disse. “Luta”, “Luta que nos pariu” elas me ensinaram. Chega o dia do show. Eu havia estudado com a Camile toda a luz do show. Como numa peça de teatro, eu escrevi até roteiro. Queríamos as varas de luz aparentes. Todas elas. O palco desnudado mostrando suas vísceras de mágica. Estavamos eu, Leandra, que seria a porta voz da ação. A Atriz poesia. A atriz-poema como existem poucas conhecidas do público hoje em dia. E a Camile estava lá também e disse que nos mostraria como montou e planejou as varas de luz em cena, um cenário desconstruído. As músicas foram desconstruídas para ser o mais fiel a obra Dela. Então, o cenário tinha de ser também. E então por acaso, acende-se a luz e acidentalmente o significado da coisa. Ali em nossa frente, por trás da fumaça. Nuvem artificial. Logo hoje? Logo eu que tenho essa necessidade tão grande em 'significar'. Essa mania de tornar o 'ir' da vida numa orquestração de experiencias definidas ao acaso simbólico. No caso, mítico. Ela também. Ela gosta de alegorias. Ela gosta tanto que vive (entornada) delas. [...] As asas abrindo-se no varal. A luz ao fundo do palco. No fundo das minhas costas, é apenas um cenário. Me sinto tão sujo. Sinto como se rasgasse. Me sinto tão leve. Sinto como se fodesse. Me sinto tão livre. Sinto como se voasse. Como se morresse. Como se cantasse. Agora eu compreendo. A luz montada no fundo do palco e agora acesa, formada por uma série de refletores brancos pendurados em três varais que davam exatamente na altura das minhas costas, formava o desenho nítido: duas asas de anjo, abertas ao público. Eu disse, break it up." - Minhas partes favoritas em Diário pós show do Thiago Pethit
SE NÃO FOI UM DOS MELHORES SHOWS QUE EU JÁ FUI EU NÃO SEI MAIS NADA
Folk, Indie, Mpb, Singer-Songwriter, Brasil, Brazilian Indie, Nova Mpb, and Pop Lgbtq+ Brasileira.
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